Andanças pela escrita

Escrever é para mim uma forma de participar e existir. Escrevo porque tenho um compromisso com a paixão, toda a forma de paixão, a amorosa, a revolucionária.
Enfim, sou um escritor comprometido. Principalmente com a luta pelas liberdades.
Antes de me estrear – meu primeiro livro de crônicas, A Arte da Paquera, é de 1970 ­– trabalhei como jornalista profissional, enquanto cursava direito no Largo de São Francisco, em São Paulo.
Na sequência, vieram os romances Galeria da Solidão, Vendedores de Ilusão, Vamos Empinar Papagaio, Sim Sinhor, Inhor Sim, Pois Não... e A Capital do Automóvel (na Voz dos Operários), este romance-reportagem, todos publicados na década de 70, quando o romance-reportagem atingiu o seu apogeu, sendo A Capital do Automóvel nessa categoria classificado. Por isso, seria interessante a gente se deter um pouco sobre esse discutível gênero literário, pouco praticado a partir da década de 80, quando, aliás publiquei Lula e a Greve dos Peões, meu segundo romance-reportagem.
Ainda nos anos 80, escrevi mais um romance, Em Manhattan do Terceiro Mundo, que por vários motivos só consegui publicar em 1993. Neste ano, já residindo em Santo André, depois de morar 40 anos em São Paulo, publiquei também ABC Cotidiano, um cotidiário relatando meu dia-a-dia durante o ano de 1992 no ABC, buscando, assim, registrar o imaginário da região, projeto que veio a ganhar importância na virada do milênio, quando vários autores do ABC, eu inclusive, resolveram registrar em forma de diário o último ano do milênio, experiência marcante que certamente ganhará mais notoriedade com o passar dos anos, pois nos cinco diários já editados e nos quatro programados pela Alpharrabio Edições, tudo se procurou registrar, principalmente acontecimentos culturais, políticos e relatos cotidianos ignorados pela mídia.
Ainda na década de 90, publiquei Andanças na Contramão (crônica), uma reportagem sentimental sobre Santo André, o romance Em Busca dos Companheiros e, em 2000, o diário ABC No Fim do Milênio, meu 12º título.

Antonio Possidonio Sampaio