Nasci na roça , onde morei até
os dez anos ,
quando me
mudei para um
lugarzinho com menos
de mil habitantes ;
na seqüência , pra
outro maiorzinho, sempre
sonhando com lugares
maiores , metrópoles ,
onde quem
sabe os sonhos sugeridos pelo
rádio que
na época , meados
dos anos 40 não
deixava dúvida ser
o Rio de Janeiro .
E antes de completar
dezoito, peguei um ita no Nordeste com destino à Cidade Maravilhosa , mas
durante a viagem
o acaso mudou meu
rumo e acabei esbarrando em São Paulo, que no final da
década de 40, era
conhecida como
a Terra da Garoa .
E esbarro com esse
nariz de cera
que não
me permitiu dizer
tudo o que
pretendia, neste espaço limitado
imitando a lógica dominante
nas cidades grandes ,
cada vez
limitando mais o espaço
desejado.
E assim , faço minhas
as palavras de gente
que como
eu ama
as cidades :
Milton Santos : “O homem
de fora é portador
de uma memória , espécie
de consciência congelada, provinda com ele de um outro lugar . O lugar novo o obriga a um novo aprendizado e a
uma nova formulação .”
Joseph Rykwart: “Será que também
temos as cidades que
merecemos?”
Antonio Possidonio Sampaio
2004
2004
Nenhum comentário:
Postar um comentário